
 Quem é Joaquim  Barbosa
 
Embora não  concorde com o fato deprimente do baixo nível da Suprema Corte Brasileira (quero  acreditar que seja, de nével elevado,  senão será o fim da democracia), neste  epísódio, para o escárnio da nação brasileira, tornou-se necessária a  reprimenda.
Quando, nos  regimes democráticos,  a toga se afasta se suas sublimes responsabilidades só  restará o fio da espada para restaurar a dignidade de uma nação e a felicidade  de eu povo.
Paulo Accioly de  Carvalho.
 
|          Análise  política        Por dizer a verdade  Joaquim Benedito Barbosa Gomes é o nome dele.        Conhecido como  Joaquim Barbosa, apenas, ele é ministro do Supremo    Tribunal Federal do Brasil  desde 25 de junho de 2003, quando nomeado pelo presidente Luiz InácioLula da  Silva. É o único negro entre os atuais  ministros do STF.        Joaquim  Barbosa nasceu no município mineiro de Paracatu em 7 de outubro de 1954 (54  anos), noroeste de Minas Gerais.      É o primogênito de  oito filhos.      Pai pedreiro e mãe  dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes  se separaram.      Aos  16  anos   foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do  Correio Braziliense e  terminou o segundo grau, sempre  estudando em colégio  público.      Obteve seu  bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve  seu mestrado em Direito do Estado.      Prestou concurso  público para Procurador da República e foi  aprovado.    Licenciou-se  do cargo  e foi estudar na França por quatro anos, tendo obtido seu Mestrado em Direito  Público pela Universidade de  Paris-II (Panthéon-Assas)  em  1990  e seu  Doutorado em Direito Público pela Universidade de  Paris-II  (Panthéon-Assas) em   1993.      Retornou ao cargo de  procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do  Rio de Janeiro.     Foi  Visiting Scholar  no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em  Nova York (1999 a 2000), e   Visiting Scholar na Universidade da California, Los  Angeles School of Law (2002 a 2003).       Fez  estudos   complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados  Unidos, na Áustria e na Alemanha. É  fluente em francês, inglês  e alemão.    O  currículo   do ministro  do  STF Joaquim Barbosa que vocês acabam de ler foi extraído da  Wikipédia, mas pode ser encontrado   facilmente nos arquivos dos órgãos oficiais  do Estado Brasileiro.    “E  o  que mostra   esse  currículo?”, perguntarão  vocês. Antes de responder, quero dizer que o  histórico de vida de Joaquim  Barbosa  pesa  muito neste  caso,  porque mostra  que ele, à diferença de seus pares, é alguém que chegou aonde chegou lutando   contra dificuldades imensas que os outros membros do STF jamais sequer sonharam  em enfrentar.      Não  se  quer  aceitar, nesse debate – ou melhor, a mídia, a direita, os Frias, os Marinho, os  Civita não querem aceitar  que Joaquim Barbosa é um estranho no ninho  racialmente elitista que é o Supremo Tribunal Federal, pois esse  negro  filho  de  pedreiro  do  interior de Minas é apenas o terceiro ministro negro da Corte em 102 anos,  conforme a Wikipédia, tendo sido precedido por Pedro Lessa (1907 a 1921) e por  Hermenegildo de Barros (1919 a 1937).    E quem é o STF hoje no  Brasil? Acabamos de ver  recentemente nos casos Daniel Dantas, Eliana Tranchesi etc. É o que sempre  foi:    a porta por onde os ricos escapam de seus  crimes.   Joaquim  Barbosa  é  isolado  por  seus pares pelo que é: negro de origem pobre numa Corte quase que  exclusivamente branca nos  últimos mais de cem anos, que julga uma maioria  descomunal de causas que beneficiam a elite branca e rica do  país.    Sobre  o  que ele   disse  ao  presidente  do STF, Gilmar Mendes, apenas repercutiu o que têm dito,  em ampla maioria, juízes,  advogados,  jornalistas, acadêmicos de toda parte do  Brasil e do mundo, que o atual presidente do Supremo, com suas polêmicas   midiáticas,  com denúncias de grampos ilegais que não se sustentam e que ele até  já reconheceu que “podem” não ter existido  – depois de toda  palhaçada que fez, desserve à instituição que preside e ao próprio conceito de  Justiça.     Gilmar Mendes  pareceu-me ter querido “pôr o negrinho em seu lugar”, e este, altivo, enorme,  colossal, respondeu-lhe, com todas  as letras, que não o confundisse com “um dos  capangas” do supremo presidente “em Mato  Grosso”.      Falando nisso, a  mídia poderia focar nesse ponto, sobre “Mato Grosso”, mas preferiu o silêncio.  Esperemos...     Finalmente,  esse  episódio revelou-se benigno para a nação, a meu juízo, pois mostrou que ainda  resta esperança para a Justiça brasileira.  Enquanto houver  um  só que enfrente  uma luta aparentemente desigual para si simplesmente para dizer o que falam  quase todos, porém sem que os poucos poderosos dêem ouvidos, haverá esperança.  Enquanto um resistir, resistiremos todos.      Joaquim  Barbosa  é  um  estranho  no  ninho  do STF,  entre  a  elite branca da nação, e está sendo  combatido por isso e por  simplesmente  dizer  a verdade  em meio a um mar de  hipocrisia. O Brasil inteiro sabe disso e essa talvez seja a verdade mais  importante, pois dará conseqüência aos fatos, se Deus  quiser.  Escrito por Eduardo  Guimarães  Crônica política: Joaquim  Barbosa, "o cara" vídeo em que o ministro do STF Joaquim Barbosa passa uma  carraspana no Gilmar "Dantas".   E para quem não tem como  assistir ao vídeo, reproduzo, abaixo, a parte mais, digamos, "quente" da  reprimenda que Barbosa passou em Dantas, digo, em  Mendes.       “Vossa  excelência  está  destruindo  a Justiça desse país e vem agora dar lição de moral em mim.  Saia à rua, ministro Gilmar. Vossa excelência não está  na rua, está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro.  Vossa excelência, quando se dirige a mim, não está falando com um de seus  capangas do Mato Grosso, ministro  Gilmar.” | 
 
 
